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Recepção e crítica
editGetz/Gilberto vendeu mais de dois milhões de cópias em 1964.[1] O disco ocupou o segundo lugar da parada de sucesso da revista Billboard durante 96 semanas,[2][3] perdendo a primeira posição para A Hard Day's Night dos Beatles,[4] e tornou-se um dos 25 discos mais vendidos do ano.[2] Na resenha da Billboard à época do lançamento, em 1964, lia-se: "O sax tenor sensual de Stan Getz combina com a voz suave do famoso João Gilberto em um belo roteiro de música brasileira."[5] As incertezas do produtor Creed Taylor acabaram quando o disco estourou e todas as atenções voltaram-se para a voz até então desconhecida de Astrud Gilberto.[6]
"The Girl from Ipanema" conquistou as rádios do mundo e as rádios do mundo levaram Astrud Gilberto ao prestígio internacional: em pouco tempo, ela apareceria cantando a canção no filme Get Yourself a College Girl (no Brasil, Turma Bossa Nova), lançado em dezembro de 1964.[8] A "Garota de Ipanema" com violão de Gilberto, piano de Jobim, saxofone de Getz e somente a voz de Astrud—pois Taylor cortou o vocal de João na versão em single[9]—enfrentou sem medo a hegemonia dos Beatles nas paradas norte-americanas e emplacou na quinta posição,[4] tendo mais de 4 milhões de reproduções nas rádios. O crítico musical Roberto Muggiati escreve que, embora Astrud Gilberto não tivesse afinação perfeita como outras cantoras, conseguiu sedutora mistura entre "calor melancólico e contenção cool".[9]
Review scores | |
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Source | Rating |
Allmusic | [10] |
MusicHound | [11] |
Music Story (França) | [12] |
Encyclopedia of Popular Music | [11] |
Rolling Stone americana (1979-1983) | [11] |
O maior prestígio satisfatório da crítica veio no ano seguinte, em 1965, com o Grammy de Melhor Álbum do Ano, Melhor Disco de Jazz e Melhor Arranjo Não Clássico.[13][4][14] A canção "The Girl from Ipanema" ganhou o Grammy de Melhor Gravação do Ano.[14][15] Reconhecimentos sem precedentes, pois foi a primeira vez que um álbum de jazz conquistou a principal categoria do Grammy: o fato só se repetiria em 2008 com River: The Joni Letters de Herbie Hancock.[16][17]
Ainda hoje a recepção do disco é positiva, sendo louvado por músicos de jazz e bossa nova e aclamado pelo público em geral.[6] Segundo a revista JazzTimes, numa edição de 1994, ou seja, trinta anos após o lançamento, Getz/Gilbert é "[...] essencial para todos os colecionadores sérios de jazz [...] serve como prova de que é possível uma música ser um sucesso tanto artística quanto comercialmente..."[18] Steve Huey da Allmusic, que qualificou nota máxima para a obra, afirma que não só foi um dos discos mais vendidos de jazz mas também um dos momentos mais belos e significativos da bossa: "material brilhante tocado de forma graciosa e sem grande esforço pelos músicos."[10]
Ao longo dos anos, Getz/Gilberto foi lembrado por revistas especializadas em críticas musicais como a Rolling Stone (EUA), onde figurou na 447ª posição entre os 500 Melhores Discos de Todos os Tempos em 2003,[19] e entre os 100 Álbuns Indispensáveis do Século XX pela Vibe de 1999.[20] Em 2007, na edição brasileira de Rolling Stone, o álbum ficou na 70º posição entre outras 100 obras.[21] A revista espanhola Rockdelux o posicionou em 77 em sua lista dos 200 Melhores Álbuns de Sempre em 2002.[11] Em 2008, a Fnac (França) foi mais longe e o elegeu como 47º melhor disco de todos os tempos entre outros 1000.[11] Getz/Gilberto aparece também em dois dos mais famosos livros de referência musical: 1001 Albums You Must Hear Before You Die (2007), escrito por Robert Dimery,[22] e 1,000 Recordings to Hear Before You Die (2008), de Tom Moon.[23]
Legado e influência
editGetz/Gilberto definiu a música brasileira às audiências norte-americanas para sempre,[15][24] sendo considerado o disco seminal que popularizou a bossa nova no mundo todo.[25] Jobim e Gilberto, que já sentiam o fim do auge do gênero no Brasil, começaram a ser reconhecidos no mercado internacional. Depois deste disco, que inaugurou a carreira fonográfica de ambos no exterior, vieram Getz/Gilberto 2, Antonio Carlos Jobim, the composer of Desafinado, plays, Sinatra/Jobim, e outros.[26]
"E foi justamente por não temer as influências e por ter tido a coragem de atualizar a nossa música com a assimilação das conquistas do jazz [...] que a bossa-nova deu a virada sensacional na música brasileira, fazendo com que ela passasse, logo mais, de influenciada a influenciadora do jazz [...]"
Augusto de Campos, 1968.[27]
Getz, no encarte do disco, comenta a crise artística e comercial que o jazz passava durante a descoberta pré-bossa nova, apontando, assim, o enriquecimento que o gênero norte-americano ganhou ao encontrar-se com o estilo brasileiro.[28] Sem dúvidas, o alto número de vendas e a qualidade artística de Getz/Gilberto abriu caminho para que vários intérpretes e instrumentistas prestigiados da música norte-americana, notavelmente Ella Fitzgerald, Gerry Mulligan, Sarah Vaughan, Frank Sinatra, Coleman Hawkins, e outros, começassem a gravar canções de Jobim, da bossa nova e da mpb em geral,[1] sobretudo "The Girl from Ipanema", que tornou-se a segunda canção popular mais tocada de toda a história.[a]
Além dessa, todas as outras canções gravadas no disco atingiram o estatuto de clássicas, sobretudo aquelas que passaram pela composição musical de Jobim.[10] Não obstante, a voz suave, sóbria e quase sussurrada registrada por Astrud Gilberto definiu o vocal feminino adequado para a bossa nova e influenciou todas as intérpretes mulheres que cantariam o gênero.[30] O então marido João Gilberto já havia feito isso em seu disco de estreia, o Chega de Saudade (1959).[26]
Footnotes
editNotes
editReferences
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